abril 2008


Agora em maio começam as inscrições para o ENEM. Você sabe como realizá-las? Veja abaixo as instruções, que peguei no site do MEC:

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio de 2008, o Enem, estarão abertas de 5 a 30 de maio. O Inep publicou no Diário Oficial de hoje, 7 de abril, portaria que define toda a sistemática desta edição do Exame. A prova será realizada no dia 31 de agosto, às 13 horas (horário de Brasília).Podem se inscrever ao Enem tanto estudantes que vão concluir o ensino médio em 2008 quanto pessoas que já o concluíram em anos anteriores. Todos podem optar por efetuar a inscrição nas agências dos Correios ou pela Internet.


Inscrições pelos Correios
Todas as escolas que preencheram o Censo Escolar 2007 vão receber fichas de inscrição. Alunos da rede pública podem retirar a ficha na escola e, depois de preenchida, entregá-la numa das agências dos Correios. A inscrição é gratuita para estudantes das escolas públicas.

Estudantes da rede privada de ensino também podem retirar a ficha na própria escola, mas devem efetuar pagamento de taxa no valor de 35 reais, em qualquer agência bancária, antes de entregar a ficha nos Correios. Quem já finalizou os estudos em anos anteriores, ou seja, o egresso do ensino médio, pode retirar a ficha direto nos Correios, e também pagará 35 reais pela inscrição.

Ficam isentos de pagamento os egressos e os concluintes de instituições particulares que se declararem carentes.

Inscrições pela Internet
Para realizar a inscrição via Internet, o interessado deverá acessar a página http://www.inep.gov.br/inscricao, preencher a ficha e imprimir o comprovante. Quem optar pela inscrição via rede mundial de computadores, no caso de egressos e estudantes de escolas privadas, não poderá solicitar isenção de taxa. Isso porque o sistema gera boleto automaticamente, que deve ser pago em qualquer agência bancária. O boleto estará disponível na página do Inep até o dia 25 de julho.

Algo a se pensar na escolha de um curso superior é no perfil do curso que você deseja fazer. Um bom começo é decidir se você pretende fazer um curso de bacharelado/licenciatura ou um curso tecnológico. Eles têm importantes diferenças entre si:

Bacharelado/Licenc

Tecnológicos

duração

4 a 6 anos

2 a 3 anos

Grade curricular

Ênfase na formação geral e na formação técnica da área

Ênfase na formação técnica da área

Exemplos

de curso

Medicina, Engenharia, Jornalismo, Biologia

Turismo, Tecnologia da Informação, Saneamento Ambiental

Apesar de muito preconceito em torno dos cursos tecnológicos, que são muitas vezes vistos como “cursos de 2a. classe”, eles são uma ótima opção de formação. Tem um enfoque mais técnico, o que pode agradar alunos que não queiram um curso com uma carga teórica muito grande, e permitem o acesso mais rápido ao mercado de trabalho.

Nada disso é bom ou mau em si mesmo, depende do que você pretende de um curso superior. Em muitos países do mundo, a maior parte das pessoas fazem cursos tecnológicos no ensino superior. No Brasil, existe uma grande demanda por profissionais com essa formação, voltada para atender as necessidades mais específicas do mercado de trabalho.

Em muitas áreas, existem cursos de bacharelado e tecnológicos voltados para o mesmo campo. Um bom exemplo disso é a área de construção civil: existem os dois tipos de curso para atuar nessa área. Quer ter idéia da diferença entre os dois tipos de curso? Veja o curso de graduação em Engenharia Civil da USP e o Tecnológico em Edifícios na FATEC (Faculdade de Tecnologia de São Paulo ) e compare as duas grades curriculares.

Pessoal, continuando a postar a grade curricular de alguns cursos, segue abaixo a do curso de Direito na USP-SP. Saiba que esse curso também é oferecido na USP de Ribeirão Preto. A UNESP também tem esse curso (em Franca). Já a UNICAMP não oferece esse curso.

Algo importante de você saber é que há muitas opções de faculdades aonde fazer esse curso, mas em muitas a qualidade é muito baixa. Um bom parâmetro: veja como tem sido o desempenho dos alunos das diversas faculdades no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Esse link é de um exame de 2004, mas é uma boa referência. Navegue pelo site da OAB e saiba mais. A aprovação nesse exame é necessária para o exercício da profissão de advogado. Pesquise bem aonde fará o seu curso!!

Grade curricular do curso de Direito – USP/SP

Disciplinas Obrigatórias
1º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0113 Direito Romano I
4
0
60
DCV0123 Teoria Geral do Direito Privado I
5
0
75
DEF0116 Economia Política
4
0
60
DES0111 Teoria do Estado I
2
1
60
DFD0113 Introdução ao Estudo do Direito I
5
0
75
Subtotal: 20 1 330
2º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0114 Direito Romano II
4
0
60
DCV0122 Teoria Geral do Direito Privado II
5
0
75
DES0112 Teoria do Estado II
2
1
60
DES0123 Direito Constitucional I
4
0
60
DFD0112 Introdução ao Estudo do Direito II
4
0
60
EAE0644 Fundamentos de Economia para o Direito
4
0
60
FSL0106 Introdução à Sociologia P/ Faculdade de Direito
4
0
60
Subtotal: 27 1 435
3º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0213 Teoria Geral do Direito Comercial – Direito Comercial I
5
0
75
DCV0226 Teoria Geral das Obrigações
5
0
75
DCV0328 História do Direito I
3
0
45
DEF0311 Direito Financeiro
3
0
45
DES0222 Direito Constitucional II
4
0
60
DFD0131 Sociologia Jurídica
3
0
45
DPC0211 Teoria Geral do Processo
4
0
60
DPN0211 Teoria Geral do Direito Penal I
4
0
60
Subtotal: 31 0 465
4º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0214 Parte Especial do Direito Comercial – Direito Comercial II
5
0
75
DCV0227 Fontes das Obrigações: Teoria Geral dos Contratos e Contratos do Código Civil
5
0
75
DCV0330 História do Direito II
3
0
45
DES0241 Direitos Fundamentais
4
0
60
DFD0143 Lógica e Metodologia Jurídica
3
0
45
DPC0313 Direito Processual Civil I
3
0
45
DPN0213 Teoria Geral do Direito Penal II
5
0
75
Subtotal: 28 0 420
5º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0313 Parte Especial do Direito Comercial – Direito Comercial III
4
0
60
DCV0327 Fontes das Obrigações: Contratos Especiais, Atos Unilaterais, Responsabilidade Civil e Outras Fontes
4
0
60
DES0441 Direito Administrativo I
3
0
45
DFD0441 Filosofia do Direito I (Parte Geral)
3
0
45
DIN0412 Direito Internacional Público I
3
0
45
DPC0314 Direito Processual Civil II
3
0
45
DPC0315 Direito Processual Penal I
3
0
45
DPN0313 Direito Penal I (Parte Especial)
3
0
45
DTB0311 Direito do Trabalho I
4
0
60
Subtotal: 30 0 450
6º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0314 Parte Especial do Direito Comercial – Direito Comercial IV
4
0
60
DCV0325 Direitos Reais
4
0
60
DES0442 Direito Administrativo II
3
0
45
DFD0442 Filosofia do Direito II (Parte Especial)
3
0
45
DIN0413 Direito Internacional Público II
3
0
45
DPC0415 Direito Processual Civil III
4
0
60
DPC0425 Direito Processual Penal II
4
0
60
DPN0314 Direito Penal II (Parte Especial)
3
0
45
DTB0313 Direito do Trabalho II
3
0
45
Subtotal: 31 0 465
7º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0326 Direito de Familia
4
0
60
DEF0413 Direito Tributário I
3
0
45
DFD0471 Metodologia para Preparação de Monografia Jurídica
1
0
15
DIN0417 Direito Internacional Privado
2
0
30
DIN0418 Organização Internacional
2
0
30
DPC0416 Direito Processual Civil IV
4
0
60
DPC0426 Direito Processual Penal III
4
0
60
DPN0413 Direito Penal III (Parte Especial)
3
0
45
Subtotal: 23 0 345
8º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0428 Direito das Sucessões
3
0
45
DEF0414 Direito Tributário II
3
0
45
DEF0442 Direito Econômico I
3
0
45
DFD0443 Ética Profissional
2
0
30
DIN0419 Direito do Comércio Internacional I
2
0
30
DIN0424 Tratamento da Pessoa e dos Bens na Ordem Internacional
1
0
15
DMF0412 Medicina Forense I
3
0
45
DMF0413 Comportamento Humano Forense I
1
0
15
DPC0580 Novas Tendências do Direito Processual
2
0
30
DTB0412 Seguridade Social
3
0
45
Subtotal: 23 0 345
Disciplinas Optativas Eletivas
2º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0228 Introdução ao Latim Jurídico
3
0
45
3º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCV0229 Introdução ao Latim II
3
0
45
7º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0481 Direito dos Seguros Privados e Gestão Atuarial I
3
0
45
DFD0481 Teoria Geral dos Direitos Humanos
3
0
45
DIN0420 Direito das Relações Internacionais
3
0
45
DPC0431 Instituições Judiciárias I
3
0
45
8º Período Ideal Créd.
Aula
Créd.
Trab.
Carga
Horária
DCO0482 Direito dos Seguros Privados e Gestão Atuarial II
3
0
45
DFD0461 História das Idéias Políticas no Brasil
3
0
45
DIN0425 Solução de Disputas – Princípios Gerais
3
0
45
DPC0432 Instituições Judiciárias II

Este blog acabou de estabelecer uma parceria com o site Ikwa. Vocês já conhecem? Ele é um portal inovavador de orientação profissional e de informações sobre o mundo do trabalho, dos cursos e das profissões. Vale a pena conhecer: uma parte do conteúdo é aberta e para outra é necessário ser assinante. O conteúdo é oferecido em vários formatos, com vídeos, textos, animações etc…

Esse blog, a partir dessa semana, passa a ser também um conteúdo disponível no portal. Visitem o site e mandem suas sugestões.

A FUVEST divulgou hoje mudanças no seu vestibular. A partir desse ano os alunos das escolas públicas poderão fazer uma avaliação seriada, ou seja, fazer provas no final de cada série do ensino médio. Ao final dos três anos essas avaliações formarão a nota do candidato, juntamente com o ENEM. Isso faz parte de um programa de inclusão da USP, que pretende aumentar o percentual de alunos vindos da rede pública de ensino.

Várias universidades têm feito experiências com programas de inclusão, seja através de cotas ou de bônus de nota nas prova, entre outros modelos.  Os estudos iniciais que tem sido feitos com os alunos que entraram  ajudados por esses programas têm mostrado que, de maneira geral,  eles tem tido um desempenho acadêmico compatível com os outros alunos. Esse é um argumento que fortalece essas políticas de acesso, pois desmonta a idéia de que esses alunos não iriam conseguir acompanhar a vida universitária.

Universidades como UNB tem feito há alguns anos avaliações seriadas, mas não conheço em detalhes a experiência deles para comentar. Em relação à FUVEST, fico pensando o seguinte:

– Será que a avaliação seriada será oferecida em breve para os alunos das escolas particulares?

– Se for, não corremos o risco de cada série do ensino médio virar um “preparatório” para as provas anuais da FUVEST? Será que muitas escolas virarão um grande cursinho?

– Como você, aluno de ensino médio, se sentiria com uma FUVEST  a cada ano? Isso dilui a preocupação ou aumenta a tensão por viver  a cada ano um aprova dessas?

Veja a matéria sobre mudanças na FUVEST.

Hoje saiu em todos os jornais o resultado do ENEM do ano passado. Como sempre, a mídia vê nesse exame aquilo que ele não pretende ser: um ranking das “melhores”e “piores” escolas. Se você tiver a paciência de ler com calma a proposta e os objetivos do ENEM no site do INEP, vai ver que essa avaliação foi montada com o seguinte princípio:

O Enem é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anualmente aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. Seu objetivo principal é possibilitar uma referência para auto-avaliação, a partir das competências e habilidades que estruturam o Exame.

O modelo de avaliação adotado pelo Enem foi desenvolvido com ênfase na aferição das estruturas mentais com as quais construímos continuamente o conhecimento e não apenas na memória, que, mesmo tendo importância fundamental, não pode ser o único elemento de compreensão do mundo.

Diferentemente dos modelos e processos avaliativos tradicionais, a prova do Enem é interdisciplinar e contextualizada. Enquanto os vestibulares promovem uma excessiva valorização da memória e dos conteúdos em si, o Enem coloca o estudante diante de situações-problemas e pede que mais do que saber conceitos, ele saiba aplicá-los.

O Enem não mede a capacidade do estudante de assimilar e acumular informações, e sim o incentiva a aprender a pensar, a refletir e a “saber como fazer”. Valoriza, portanto, a autonomia do jovem na hora de fazer escolhas e tomar decisões.

Em síntese, uma das idéias originais do exame era a de permitir ao aluno um diagnóstico de um certo campo de competências cognitivas, ou seja: como estava a sua capacidade de leitura, interpretação, análise, escrita, entre outras.  Faz sentido um ranking disso? Existem outros exames que  foram montados para avaliar escolas, e que são instrumentos mais adequados para isso (apesar que, para mim, essa idéia de ranquear escolas já é algo em si com pouco sentido). Além disso, outros problemas que tenho visto nos últimos anos:

1 – Muita escolas começaram, por causa desses rankings, a fazer com seus alunos verdadeiros treinamentos pra que eles possam ir bem na prova do ENEM  para que, com isso, as escolas apareçam melhores colocadas no ranking; não preciso nem dizer o quanto isso não tem nada a ver com o espírito do exame;

2 – Como comparar escolas com projetos pedagógicos tão distintos? Como comparar escolas que não aceitam alunos com dificuldades pedagógicas com aquelas que tem projetos de inclusão e de trabalho com uma diversidade de tipos de alunos?

3 – Como criar um ranking a partir de uma prova que tem variado tanto de estilo e de exigência nos últimos anos?

4 – O problema não é avaliar: acho que as escolas e as políticas educacionais devem ser avaliadas e estudadas para que possamos provocar mudanças em um quadro desolador da educação nacional. A questão é como, para que e o que fazer com os resultados dessa avaliação.

5 – Você sabia que  FUVEST tem um relatório individual de cada aluno e sabe de quais escolas eles se originam? Porém, até onde eu sei, a FUVEST nunca divulgou esses dados, muito menos em forma de ranking. Já pensou no rebuliço e na má compreensão dos dados que isso provocaria?

Essa é uma discussão longa e que vale a pena aprofundarmos nos próximos dias. Por hora, vale a pena olhar para os princípios do ENEM e ver o quanto a idéia de ranqueamento é incongruente com a proposta original.

Na Folha de São Paulo dessa 2a. feira, no caderno Folhateen, saiu uma matéria sobre cursinhos que eu postei abaixo. Vale a pena ler e pensarmos sobre a necessidade ou não de fazer um cursinho.

Talvez a pergunta a se fazer seja: cursinho é fundamental? Para que ele serve?

Trabalhei por 10 anos em um cursinho, e posso falar com conhecimento de causa: o cursinho não é uma etapa “obrigatória” para o acesso à universidade. Um bom aluno de ensino médio tem boa condição de fazer as provas vestibulares. De maneira geral, acho que o cursinho tem como principal função ser um organizador dos estudos. Ele dá uma sequência de conteúdos, prioriza alguns temas e pode ajudar o aluno a retomar o seu percurso escolar. Porém, é necessário lembrar que, aqueles que querem fazer cursinho, devem contar com o tempo de assistir aula e com o tempo para estudar em casa. Como o cursinho tem um ritmo bastante puxado, não dá para bobear e ficar para trás. E, como em geral são muitos alunos na sala, o aluno tem que se virar muito por conta própria.

Ou seja: cursinho não faz milagre e nem coloca por si só o aluno na faculdade. Por isso, se você pensa em fazer cursinho, avalie seus objetivos e  tempo que terá disponível.

São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

 
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educação

cursinho reloaded Há quem faça de tudo para entrar na faculdade que sempre sonhou, até mesmo repetir a terrível experiência dos pré-vestibulares

Fernando Donasci/Folha Imagem
O estudante Maurício, 18, que há dois anos tenta entrar no ITA

LUANA VILLAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os japoneses, que têm a mania de criar palavras para situações bem específicas, chamam os estudantes que não passaram no vestibular e se preparam para tentar novamente de “rounin”. No Brasil, apesar de não termos um termo só para isso, muitos alunos repetem a dose no curso pré-vestibular para conseguir entrar na faculdade dos seus sonhos.
É o caso de Felipe Augusto Oliveira, 20, que está enfrentando seu terceiro ano de cursinho. “É um inferno. É o lugar de onde todo mundo quer sair”, afirma. Apesar disso, ele está determinado a entrar em medicina na USP, Unicamp ou Unifesp, universidades públicas do estado de São Paulo.
Enquanto não for aprovado, Felipe prefere continuar onde está. “Muita gente fala que sou maluco e que eu deveria entrar em uma faculdade particular”, conta. “Mas eu só quero as tops. Acho que, para ser um bom médico, você tem que se formar nas melhores escolas.”
Felipe não é o único. Ingressar na universidade pública é a principal motivação daqueles que optam por retornar ao cursinho. A estudante Renata Valença Tunes, 19, prestou economia na USP e na Fundação Getúlio Vargas, no ano passado. Foi aprovada na FGV, mas preferiu desistir da vaga para tentar a Fuvest novamente.
“Combinei com meus pais que só prestaria FGV se pudesse decidir não entrar, caso passasse”, conta. “Resolvi tentar a USP de novo porque acho que tenho capacidade de entrar lá.”
Para não correr o risco de se entediar com as aulas repetidas, Renata resolveu trocar de cursinho neste ano. “Não queria ouvir as mesmas piadas”, brinca a insistente aluna.

Amadurecimento
Para a vestibulanda de medicina Maíra Terra di Sarno, 18, seu primeiro ano no curso pré-vestibular foi um período de amadurecimento. “Antes, eu achava que não precisava estudar todos os dias e qualquer barulhinho me atrapalhava. Agora consigo me concentrar mais e não tenho problemas em ficar horas na cadeira em frente aos livros. Hoje sou outra pessoa”, garante a estudante, que está no segundo ano do cursinho.
Apesar disso, ela está enfrentando uma cobrança bem maior dos pais. “Minha mãe acha que eu saí muito no ano passado e neste ano está anotando na agenda o dia e a hora que chego em casa quando vou para a balada, para poder me cobrar no final do ano”, conta.
Maurício Pacheco e Silva, 18, concorda que o cursinho traz maturidade. “Não tem ninguém para pegar no seu pé, você tem que administrar tudo sozinho”, acredita.
Agora no segundo ano de pré-vestibular, o estudante está decidido a entrar no curso de engenharia do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). “No ano passado, eu estava meio desligadão e não estudei direito”, confessa. “Mas agora estou ralando dia e noite e vou lutar pelo que quero.”

Formado em cursinho
Ralar dia e noite já virou rotina faz tempo para Fernando Augusto Farias Cunha, que está no cursinho há quatro anos para entrar em medicina. Se tivesse escolhido outra carreira, Fernando poderia estar se formando neste ano.
Mas ele não tem dúvidas de que o esforço vale a pena. “Tenho certeza de que quero fazer medicina desde o primeiro ano do colegial”, diz. “E tenho vários amigos que estão estudando comigo desde o começo. A gente se apóia bastante, nunca deixa os outros desanimarem.”
Determinação também não falta a Amanda Moniz de Abrão, 19 anos e três de cursinho. A estudante já passou em direito na PUC de São Paulo e no Mackenzie, mas não desiste enquanto não for aprovada na São Francisco. “Meu sonho sempre foi esse. Já fui lá várias vezes e sou apaixonada por aquele prédio”, conta.
No ano passado, Amanda viu o namorado, que conheceu no cursinho, ser aprovado em medicina na USP de Ribeirão Preto. “No começo, eu não conseguia pensar nele porque fiquei muito mal por não ter passado. Mas depois consegui curtir”, revela. “Hoje, fico super empolgada quando ele me conta como é estar faculdade. Ele é completamente apaixonado e isso me motiva bastante.”
Agora a estudante torce para que, no ano que vem, as comemorações sejam para ela. E que, definitivamente, ela não seja mais uma “rounin”.

Um bom jeito de pensar sobre a sua escolha profissional é imaginar cenários reais em haja várias profissionais envolvidos. Uma vez imaginado o cenário, tente imaginar o que cada profissional faz nele, quais os problemas, as situações a serem encaradas e o tipo de trabalho.

Imaginemos a crise da dengue no Rio. Quais os profissionais estão envolvidos com essa situção? Uma breve lista:

Profissionais de saúde de todos os tipos – pediatras, clínicos-gerais, epidemiologistas, sanitaristas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos…você imagina a função de cada um? Pesquise nos posts e nas descrições dessas profissões para investigar isso…quais outras?

Jornalistas cobrindo os fatos, publicitários fazendo campanhas de prevenção, militares fazendo hospitais de emergência e ajudando a combater o mosquito, políticos e gestores públicos decidindo como gerenciar a crise. Biólogos estudando nos laboratórios os ciclos do mosquito e da doença.

Tente se imaginar atuando em cada uma dessas áreas. Qual te interessa? Qual te parece enfadonha? Lembre que esse é um exemplo: um jornalista pode trabalhar em áreas muito variadas, então é preciso ter uma idéia geral das possibilidades de atuação para se decidir.

Pense em outras situações, pesquise e converse com as pessoas para conhecer melhor as profissões. Você vai perceber que há uma enorme variedade de caminhos a seguir. Bom trabalho!